Explicando os Tipos de e-Commerce e seus Modelos de Negócio (Com Exemplos)

Quando você está começando sua própria empresa, é uma boa ideia entender quais são os diferentes tipos de e-commerce. Isso pode trazer uma maior compreensão de como serão as suas operações diárias, que oportunidades estarão pela frente e para quais desafios você precisa se preparar.

Continue lendo este artigo para aprender mais sobre os tipos de e-commerce. Além disso, vamos oferecer alguns exemplos de negócios de e-commerce para mostrar como são essas empresas na prática.

Tipos de e-Commerce por Modelo de Negócio

Primeiramente, vamos discutir os principais tipos de e-commerce e seus modelos de negócio, pensando em para quem a companhia está vendendo.

descrição dos quatro tipos de ecommerce: b2b, b2c, c2b e c2c

Business to Business (B2B)

No modelo de comércio eletrônico B2B, as empresas vendem para outras companhias. Tipicamente, os bens e serviços são apenas para uso corporativo. Portanto, eles costumam proporcionar maior produtividade, maior colaboração, suprir as necessidades do escritório ou o melhorar o processo de produção. Em muitos casos, o comprador também pode adquirir o item em grandes volumes para revender.

Nos últimos anos, o e-commerce tem acelerado o crescimento da indústria de B2B. O motivo é que muitas empresas estão trocando para o plataformas online na hora de conduzir negócios com seus clientes e parceiros.

Marketplaces B2B como Alibaba e Amazon também têm contribuído para esse crescimento. Muitos negócios de e-commerce também têm os seus próprios sites e aplicativos para facilitar as transações.

Um aspecto a se notar sobre o B2B é que os ciclos de venda podem ser mais longos, durando entre quatro e sete meses. As empresas geralmente exigem mais tempo na hora de decidir se vale a pena comprar um item, especialmente se ele for essencial para as suas operações.

página inicial do slack

O Slack é um ótimo exemplo de empresa B2B. Trata-se de um software de comunicação exclusivo para firmas e empresas. Os seus planos de assinatura se encaixam com empresas de qualquer tamanho, desde pequenas operações até grandes corporações.

Business to Consumer (B2C)

Uma empresa de comércio eletrônico B2C geralmente vende diretamente para consumidores. Os bens ou serviços geralmente são pensados para uso pessoal, e vão desde compras de mercado, roupas, eletrônicos e serviços de streaming.

A transação pode acontecer numa loja online, num site comercial, num marketplace ou em outras aplicações web.

De acordo com o Grand View Research, o tamanho do mercado global para e-commerce B2C está crescendo de maneira constante, com um aumento anual de 7,9%. Assim sendo, novas startups que entrarem no mercado vão encontrar muita demanda.

Não obstante, a competição pode ser intensa, especialmente se for numa indústria saturada cheia de empresas consolidadas.

site de o boticário

A Boticário, uma das maiores cadeias de franquias de cosméticos e perfumaria do Brasil, se destaca no segmento B2C oferecendo uma vasta gama de produtos de beleza e cuidado pessoal em sua loja virtual. A empresa inova ao proporcionar experiências personalizadas em suas lojas e plataforma online, como consultorias de beleza que auxiliam os clientes a encontrar os produtos ideais para suas necessidades específicas.

Consumer to Consumer (C2C)

No modelo de e-commerce C2C, uma empresa providencia uma plataforma online para clientes comprarem e venderem uns aos outros.

Essas plataformas podem ser marketplaces onde as pessoas podem listar os seus itens e serem pagas através do próprio site. Também pode ser um fórum onde as pessoas anunciam seus bens ou serviços, mas a transação acontece pessoalmente.

A empresa terá seu lucro ao cobrar taxas para listar itens no site. Algumas também podem implementar taxas de transação, que tipicamente se aplicam toda vez que um vendedor faz uma venda bem-sucedida.

Quando for feito corretamente, este modelo de e-commerce pode ser altamente lucrativo. Muitas pessoas preferem vender em sites de terceiros, especialmente se eles atraem uma grande base de usuários, tipo o Mercado Livre ou a OLX. Mais do que isso, o processo de configuração pode ser mais rápido do que criar uma loja online.

site do Facebook marketplace

Um exemplo de negócio C2C é o Facebook Marketplace. Este marketplace online permite que os usuários do Facebook que moram numa mesma região possam comprar e vender entre si.

Os vendedores podem listar os seus itens gratuitamente, e eles precisam encontrar os compradores pessoalmente para completar a transação. Quem mora nos EUA também pode habilitar pagamentos online e frete ao pagar uma taxa de vendas.

Consumer to Business (C2B)

No e-commerce C2B, as pessoas oferecem seus talentos e habilidades para as empresas. Exemplos de bens e serviços populares neste modelo incluem marketing de afiliados, testes de usuários e serviços de freelancer.

Assim como no C2C, a troca consumer-to-business geralmente acontece num site de terceiros. Tais plataformas cobram uma taxa da pessoa física ou da empresa.

Algumas pessoas também usam seus próprios currículos online, anunciando-os em mecanismos de busca ou em redes sociais.

página inicial do site de freelancer upwork

O Upwork é um portal de empregos online que conecta freelancers com empresas. Ele cobra taxas sobre os serviços dos freelancers, que variam entre 5% e 20% — dependendo do valor pago pelo trabalho. Também existem planos pagos para os clientes que desejam processar os pagamentos e habilitar recursos adicionais de anúncio de serviços.

Business to Administration (B2A)

Esse tipo de e-commerce vende ferramentas online para agências do governo. Normalmente a entidade vai usar o programa para gerenciar seus serviços, incluindo processar solicitações dos cidadãos ou manter registros oficiais.

site oficial do opengov

Por exemplo: o OpenGov é um software em nuvem que busca ajudar governos municipais e estaduais com suas operações diárias. Os recursos incluem ferramentas de gestão orçamentária, de contabilidade, de relatórios e de licenciamento. Muitos escritórios de administração pública ao redor dos EUA têm usado a aplicação.

Consumer to Administration (C2A)

O modelo de comércio eletrônico C2A se refere a atividades de e-commerce entre pessoas físicas e o governo. Essas transações geralmente incluem pagamentos de gastos de administração pública, como serviços de saúde, seguridade social e impostos.

página da declaração do imposto de renda de pessoa física (dirpf)

A Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (DIRPF) é exemplo de C2A. Trata-se de um sistema disponibilizado pela Receita Federal do Brasil que permite aos cidadãos brasileiros declararem seus impostos de renda pela internet. Esse processo facilita a vida do contribuinte, que pode preencher e enviar sua declaração anual de maneira rápida e segura, sem a necessidade de deslocamento físico.

Tipos de e-Commerce por Modelo de Receita

Os seguintes tipos de e-commerce levam em consideração como a empresa é operada e como ela gera receitas.

Dropshipping

O dropshipping permite que as empresas vendam para os clientes sem ter que lidar com a produção, o inventário e o envio dos produtos.

Nesse tipo de e-commerce, você vai trabalhar com um varejista third-party e anunciar os produtos dele na internet. Quando alguém faz um pedido, você notificará o fornecedor para que o produto seja enviado para o cliente. Se a venda por bem-sucedida, você receberá uma parte dos lucros.

Esse método geralmente tem um baixo custo inicial. Você só precisa de um site (use a hospedagem e-commerce da Hostinger para publicar o seu) e de uma parceria com um varejista para começar. Os fornecedores podem ser acessados através de diretórios de dropshipping como o SaleHoo e o Spocket.

Dito isso, uma dificuldade comum é que não será possível verificar a condição de um item antes de enviá-lo ao cliente. Além disso, a competição pode ser dura para empresas que estão vendendo um produto comum.

site do grafomap

Por exemplo: a Grafomap vende quadros usando o serviço de dropshipping sob demanda da Printful. Ela permite que os clientes encomendem um mapa com artes customizadas com as ferramentas disponíveis no site da empresa. A Printful então vai produzir e enviar a compra para os clientes.

Atacado

Um atacadista compra bens em grandes volumes diretamente dos fabricantes e os revende para varejistas.

Como eles compram os itens em grandes quantidades, podem obter descontos com o fornecedor. Para lucrar com o negócio, eles vendem os produtos a um preço mais alto. Os itens então são estocados para serem vendidos aos clientes.

Uma empresa de atacado geralmente precisa ter um armazém para guardar os produtos. O processo de venda pode ser feito no seu próprio site ou num marketplace como Amazon, Alibaba ou Faire.

Apesar do atacado normalmente se encaixar na categoria business-to-business, alguns fornecedores estão abertos a vender diretamente para os clientes.

loja atacadista moda online

Por exemplo: o site Moda Online é um atacadista que vende roupas de marca para varejistas. Eles também oferecem roupas básicas para empresas de impressão que fazem vestimentas customizadas para seus clientes.

Private Labeling

Um negócio do tipo private label opera através de uma fabricante que cria um produto usando a sua marca. Essa empresa vai controlar diversos aspectos desse item, incluindo o seu material, a sua função e a sua embalagem.

Um benefício desse modelo, também conhecido como marca privada, é que o produto criado é único, sem igual no mercado. Dito isso, é uma boa prática pesquisar sobre a fabricante antes de determinar se ela consegue preencher os seus requisitos.

site da reserva ink

Uma plataforma que permite que empreendedores comecem um negócio de Private Labeling é a Reserva Ink. Trata-se de uma plataforma que permite aos usuários criar seus canais de venda e vender suas próprias marcas de camisetas personalizadas online, sem necessidade de estoque. A plataforma oferece um serviço completo, desde a produção até a entrega dos produtos diretamente aos clientes finais, utilizando a estrutura, produção e logística da Reserva.

White Labeling

No white labeling, a empresa compra uma linha de produtos prontos de uma fabricante e aplica a sua própria marca antes de vendê-los.

Ao contrário do modelo de private labeling, a empresa não tem voz na criação do produto. Contudo, essa falta de envolvimento significa que o processo geralmente será mais rápido e mais acessível. Assim que os itens estiverem prontos, a empresa vai armazená-los em seus próprios armazéns.

Assim como no dropshipping, a competição pode ser intensa se você estiver vendendo um produto popular de baixo custo.

site da the chocolate gift

Por exemplo: a The Chocolate Gift oferece serviços de white labeling para empresas que queiram revender suas barras de chocolate. Os clientes podem encomendar até 240 itens usando um design customizado para a sua marca.

Serviço de Assinatura

Neste modelo, a empresa vai oferecer um produto ou serviço de maneira recorrente para os seus cliente em troca de pagamentos periódicos — geralmente semanais, mensais ou anuais.

Os serviços de assinatura podem ser categorizados dentre os seguintes tipos:

  • Acesso. Os clientes podem usar uma plataforma digital premium por uma taxa regular. Algumas empresas oferecem acesso gratuito (freemium) com recursos limitados para dar uma prévia do serviço para potenciais assinantes.
  • Curadoria. A empresa vai customizar uma coleção de produtos de acordo com as preferências do comprador. Em muitos casos, o usuários podem experimentar o item e comprá-lo de maneira definitiva. Se ele não ficar contente, o produto pode ser devolvido.
  • Reabastecimento. Esta assinatura geralmente é destinada a bens de consumo que as pessoas compram com frequência, como as compras de mercado. A empresa vai reabastecer automaticamente esses itens na frequência combinada.

Esse tipo de modelo de e-commerce está crescendo em popularidade, com mais da metade dos clientes usando múltiplos serviços. Os motivos mais citados incluem a possibilidade de uma experiência personalizada, a conveniência e o custo/benefício.

página do serviço de assinatura de cafés moka clube

O Moka Clube é um serviço de assinatura que entrega grãos de café para seus clientes. Assim que entram no serviço, os usuários respondem a um questionário no site, que ao final vai recomendar o item ideal. Os clientes podem customizar a frequência das encomendas ou fazer uma compra isolada.

Conclusão

Neste artigo, nós falamos sobre quais são os diferentes tipos de e-commerce com base no seu público-alvo e em como eles operam. Nós também oferecemos alguns exemplos reais para mostrar como são esses modelos na prática, bem como suas vantagens e desvantagens.

Aqui está um resumo curto dos tipos de e-commerce sobre os quais nós falamos, começando pelo modelo de negócio:

  • Business to business (B2B). Empresas que vendem para outras empresas.
  • Business to consumer (B2C). Seu mercado é composto pelos clientes que vão usar os produtos ou serviços de modo pessoal. É o modelo de negócios mais conhecido.
  • Consumer to consumer (C2C). Empresas que oferecem uma plataforma para os clientes comprarem e venderem uns dos outros.
  • Consumer to business (C2B). Como no modelo C2C, tais plataformas são dedicadas a conectarem as empresas com freelancers.
  • Business to administration (B2A). Empresas que oferecem produtos ou serviços para agências governamentais.
  • Consumer to administration (C2A). Refere-se a todas as transações que acontecem entre clientes e órgãos do governo.

Finalmente, um resumo dos tipos de e-commerce com base no modelo de receitas:

  • Dropshipping. Trabalha com outros fornecedores para lidar com o estoque e o envio dos seus bens para os clientes.
  • Atacado. Empresas que compram e revendem os produtos a granel para os varejistas.
  • Private labeling. Empresas que firmam parcerias com as fabricantes para criar produtos customizados usando sua própria marca.
  • White labeling. Usando este modelo de receita, a marca vai comprar uma linha de produtos pronta de uma fabricante e aplicar o seu branding antes de vendê-los.
  • Serviço de Assinatura. Empresas que recebem pagamentos recorrentes em troca de oferecer produtos ou serviços para os clientes de maneira regular.

Esperamos que este aprendizado sobre os diferentes tipos de e-commerce ajude você a planejar o seu próximo empreendimento. Se você tiver perguntas ou sugestões, deixe um comentário abaixo!

Author
O autor

Carlos E.

Carlos Estrella é formado em jornalismo pela UFSC e tem as funções de redator, tradutor e SEO na Hostinger Brasil. Já trabalhou com jornalismo de games e tecnologia e hoje aplica essa experiência escrevendo posts e tutoriais no blog da Hostinger. Suas paixões incluem games, dar rolês com a namorada e amigos e ler artigos aleatórios da Wikipédia de madrugada.